Acreditei que se amasse de novo
esqueceria outros
pelo menos três ou quatro rostos que amei
Num delírio de arquivística
organizei a memória em alfabetos
como quem conta carneiros e amansa
no entanto flanco aberto não esqueço
e amo em ti os outros rostos
Ana Cristina César
quarta-feira, 31 de março de 2010
Não sei que noite é esta,
em que o mar é um silêncio moribundo
e a lua um noturno de Chopin.
Não sei que noite é esta,
astros em danças-vésperas de sul,
um chão cúmplice de miragens.
Não sei que noite é esta,
êxtases nos contornos circulares de um sonho
madrugadas num lento equívoco de gestos um regresso
de lua na matriz azulada de uma pausa de um beijo
Sandra Costa
em que o mar é um silêncio moribundo
e a lua um noturno de Chopin.
Não sei que noite é esta,
astros em danças-vésperas de sul,
um chão cúmplice de miragens.
Não sei que noite é esta,
êxtases nos contornos circulares de um sonho
madrugadas num lento equívoco de gestos um regresso
de lua na matriz azulada de uma pausa de um beijo
Sandra Costa
segunda-feira, 29 de março de 2010
Estou lá onde me invento e me faço:
De giz é meu traço. De aço, o papel.
Esboço uma face a régua e compasso:
É falsa. Desfaço o que fiz.
Retraço o retrato. Evoco o abstrato
Faço da sombra minha raiz.
Farta de mim, afasto-me
e constato: na arte ou na vida,
em carne, osso, lápis ou giz
onde estou não é sempre
e o que sou é por um triz.
Maria Esther Maciel
De giz é meu traço. De aço, o papel.
Esboço uma face a régua e compasso:
É falsa. Desfaço o que fiz.
Retraço o retrato. Evoco o abstrato
Faço da sombra minha raiz.
Farta de mim, afasto-me
e constato: na arte ou na vida,
em carne, osso, lápis ou giz
onde estou não é sempre
e o que sou é por um triz.
Maria Esther Maciel
sábado, 27 de março de 2010
sexta-feira, 26 de março de 2010
quinta-feira, 25 de março de 2010
Ele era o meu Norte, o meu Sul, o meu Este e Oeste,
A minha semana de trabalho, o meu descanso de domingo,
O meio-dia, a minha meia-noite, a minha conversa, a minha canção;
Pensei que o amor ia durar para sempre: enganei-me.
Agora as estrelas não são necessárias: apaguem-nas todas;
Embalem a lua e desmantelem o sol;
Despejem o oceano e varram o bosque;
Pois agora tudo é inútil.
W.H. Auden
A minha semana de trabalho, o meu descanso de domingo,
O meio-dia, a minha meia-noite, a minha conversa, a minha canção;
Pensei que o amor ia durar para sempre: enganei-me.
Agora as estrelas não são necessárias: apaguem-nas todas;
Embalem a lua e desmantelem o sol;
Despejem o oceano e varram o bosque;
Pois agora tudo é inútil.
W.H. Auden
quarta-feira, 24 de março de 2010
quando vi sua hesitação, eu já sabia
é que tenho jeito de moça pura
e cara de mulher vadia
por via das dúvidas, você, cauto,
convidou:
que tal um sorvete e alguns livros de poesia?
adorei a idéia
linda tarde a nossa
quando veio a noite, sugeri qual uma
dama:que tal uma cachaça nas curvas da cama?
pra nossa delícia, baby
meu prazer tem mais vias que suas dúvidas.
Raiça Bomfim
é que tenho jeito de moça pura
e cara de mulher vadia
por via das dúvidas, você, cauto,
convidou:
que tal um sorvete e alguns livros de poesia?
adorei a idéia
linda tarde a nossa
quando veio a noite, sugeri qual uma
dama:que tal uma cachaça nas curvas da cama?
pra nossa delícia, baby
meu prazer tem mais vias que suas dúvidas.
Raiça Bomfim
Na amizade, muitas vezes, a distância é o lugar mais próximo e de maior proximidade, isto é, onde a presença do outro de tão inteira já não pode ser medida. Sendo um lugar cheio de saudade, esse é também um lugar feliz, porque aí sem cessar se regressa e avista. É como o movimento de quem caminha num espaço alto e estreito: é preciso separar os braços e desunir as mãos, para que possa alcançar-se o equilíbrio.
Daniel Faria
Daniel Faria
terça-feira, 23 de março de 2010
domingo, 21 de março de 2010
sábado, 20 de março de 2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
quarta-feira, 17 de março de 2010
Mas a lição que eu aprendi no sábado é que não vale a pena consertar um carro pela décima vez. É mais fácil comprar um novo e fim de papo. Afinal, eu bem que tentei consertar meu relacionamento com todas essas pessoas e só ganhei mais e mais poses e menos e menos verdades. Ainda que doa deixar pessoas morrerem, se agarrar a elas é viver mal assombrado."
Tati Bernardes
Tati Bernardes
terça-feira, 16 de março de 2010
domingo, 14 de março de 2010
"não esperes" começava o bilhete "que sinta sempre um aperto no peito, o medo de te perder. não esperes grandes cenas de ciúmes, gestos aflitivos, noites sem dormir. dou-te o que é meu, as minhas mãos, palavras e sentidos. mas também a calma de quem (agora) sabe os seus limites. não esperes que para chegar até ti tenha de ir tão além de mim que já seja outrem. não esperes que eu seja mais fraca do que sou ou mais forte do que alguma vez irei conseguir ser. não esperes (mais) nada. e eu dou-me (a ti) em tudo." ele pousou-o e sorriu. e disse muito baixinho "também gosto muito de ti".
Brida
Brida
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