a felicidade, meu amor, tem a temperatura do teu colo.
a chuva a fechar a noite, os cobertores a aquecerem-nos o coração, o meu cansaço, a tua mão no meu cabelo. o mar podia entrar agora pelo chão da sala, invadir o sofá, que nem assim eu acordaria..
DA
Aquele dia amanheceu como outros tantos...
Era um dia puro, luminoso, chamando à vida.
Mas tinha havido tantas manhãs assim
e o presságio da Natureza em festa tantas vezes tinha mentido!...
E contudo, aquela manhã foi a manhã verdadeira,
e o Sol não brilhou em vão, o mar não foi inutilmente belo,
porque foi, amor, a manhã em que nascemos um para o outro!
.
.
[Adolfo Casais Monteiro]