sexta-feira, 25 de julho de 2008


PERSÉFONE(Luz... Porto)
Eu colho flores como quem já morreu.
Como quem se morre a todo instante
E nem sabe se já feneceu.
Eu colho flores como Perséfone,
Fingindo não ver a seus pés o abismo,
Ansiando pelo maldito amor do deus das trevas.
Eu colho flores como um náufrago à deriva.
Como barco ébrio sem rumo, sem sentido,
Buscando um porto que não é o seu.
Eu colho flores à beira da loucura.
Escultora de nuvens, artesã sem cinzel,
Fiandeira de mim mesma, Penélope ao léu.

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