sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Volta até mim no silêncio da noite
a tua voz que eu amo,
e as tuas palavras
que eu não esqueço. Volta até mim
para que a tua ausência não embaçe
o vidro da memória, nem o transforme
no espelho baço dos meus olhos.
Volta com os teus lábios cujo beijo sonhei num estuário
vestido com a mortalha da névoa;
e traz contigo a maré cheia da manhã com que todos
os náufragos sonharam.
(Nuno Júdice)

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