sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Então as minhas mãos procuram afogar-se no teu cabelo,
acariciar lentamente a profundidade do teu cabelo,
enquanto nos beijamos como se estivéssemos com a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragrância obscura.
E se nos mordemos, a dor é doce;
e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego,
essa instantânea morte é bela.
E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura,
e eu sinto-te tremular contra mim, como uma lua na água.”
Júlio Cortázar


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