quarta-feira, 30 de março de 2011


Se amo, porque me amam,
tem o amor causa; se amo,
para que me amem, tem fruto:
e amor fino não há de ter porquê,
nem para quê.
Se amo, porque me amam,
é obrigação, faço o que devo;
se amo, para que me amem,
é negociação, busco o que desejo.
Pois como há de amar o amor
para ser fino ?
Amo, quia amo, amo, ut amem:
amo, porque amo, e amo para amar.
Quem ama porque o amam, é agradecido;
quem ama, para que o amem, é interesseiro;
quem ama, não porque o amam,
nem para que o amem, esse só é fino."

Antônio Vieira

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